JÁ ALGUMA VEZ SUBIU AO AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES? A VISTA É SOBERBA.
O Aqueduto das Águas Livres é
um complexo sistema de captação, adução e distribuição de água à cidade de Lisboa, em Portugal, e que tem
como obra mais emblemática a grandiosa arcaria em cantaria que se ergue sobre o vale de Alcântara,
um dos bilhetes-postais de Lisboa.
O Aqueduto foi construído durante o
reinado de D. João V,
com origem na nascente das Águas Livres, em Belas, Sintra, e foi sendo progressivamente reforçado e ampliado ao
longo do século XIX. Resistiu
incólume ao Terramoto de 1755.
Desde que as populações se começaram
a instalar na região de Lisboa, que a escassez de água potável foi uma
constante.
Apesar da existência de um rio no
local, o Tejo, a sua água é imprópria para consumo,
pois a ampla foz do rio faz com que a água seja contaminada pelo mar, tendo por
isso níveis de salinidade inadequados.
A única área de Lisboa com nascentes
de água era o bairro de Alfama. Com o
crescimento da cidade para fora das cercas medievais foi-se instalando uma
situação de défice crónico no abastecimento de água.
Foi ganhando então força a ideia de
aproveitar as águas do vale da ribeira de Carenque,
na região de Belas.
Estas águas foram primeiramente
utilizadas pelos romanos,
que aí haviam construído uma barragem e
um aqueduto.
Preocupado com a falta de água na
cidade, o Procurador da Cidade, em 1728, estabeleceu, à semelhança de D. Filipe II, uma taxa sobre a carne,
vinho, azeite e outros produtos alimentares com o intuito de angariar
financiamento para a construção do aqueduto.
Um ano depois, em 1729, foram nomeados três homens para a elaboração do plano de
construção do sistema que incluiria a construção de um troço monumental do
aqueduto sobre o vale de Alcântara.
Esses três homens eram António Canevari,
arquitecto italiano, o Coronel Engenheiro Manuel da Maia e João Frederico
Ludovice, arquitecto alemão, responsável também peloConvento de Mafra.
Um ano depois, Canevari é afastado da direcção
do empreendimento, tendo sido substituído por Manuel da Maia.
Este orientou o traçado que o aqueduto
deveria seguir desde a nascente até à cidade. O sistema iria terminar num
enorme "cálice" a partir do qual sairiam várias condutas que ligariam
aos muitos chafarizes espalhados por Lisboa.
Optou-se por um aqueduto forte mas não magnífico,
fazendo contudo um castelo
monumental já dentro da
cidade onde chegaria a água, edifício o qual a população poderia melhor
apreciar devido à sua proximidade.
Passados cinco anos do Alvará Régio, e
as obras ainda não tinham sequer sido iniciadas. Manuel da Maia, então
responsável pelo projecto, foi substituído por Custódio Vieira.
As obras começaram muito lentamente
devido a atritos com os mais altos responsáveis pela obra, tal como prior de S.
Nicolau.
Em 1740 começou a ser construído o
troço mais conhecido e mais visível do aqueduto.
Quatro anos depois, em 1744, é finalizado oArco Grande, e morre Custódio
Vieira.
A obra passou a ser dirigida pelo húngaro Carlos Mardel, que haveria de ter, após o
grande terramoto de 1755, um papel crucial na
reconstrução da Baixa Pombalina.
Foi ele que decidiu instalar a Mãe
d'Água perto do Rato, nas Amoreiras, ao invés da proposta inicial de se
localizar em S. Pedro de Alcântara.
A solução foi muito questionada e
criticada, sobretudo por Ludovice, que queria que o "cálice" fosse
construído onde inicialmente tinha sido pensado, mas mesmo assim a obra
continuou.
Em 1748, com a finalização dos 12 arcos de volta perfeita das
Amoreiras, o aqueduto ficou terminado, transportando diariamente cerca de 1300
m³ de água, três vezes mais que a oferta original.
Depois de ter entrado em funcionamento,
em 1748, toda uma nova rede de chafarizes e fontes foi construída na cidade,
alimentados por gravidade, como por exemplo o Chafariz da
Esperança.
Desde logo, também, a capacidade do
aqueduto foi aumentada devido às crescentes necessidades de água potenciadas
pelo crescimento demográfico da cidade.
Os sucessivos aumentos do aqueduto,
principalmente a montante, com o objectivo de fazer chegar até ele mais água,
totalizaram um comprimento de 58 135 metros de galerias subterrâneas e também
elevadas.
O caminho público por cima do aqueduto,
esteve fechado desde 1853, em parte devido aos crimes praticados
por Diogo Alves (o Pancadas),
um criminoso que lançava as suas vítimas do alto dos arcos depois de as roubar,
simulando um suicídio, e que foi enforcado. Foi o último condenado à morte da História de
Portugal.
Em 1880, a importância do aqueduto diminuiu bastante devido ao
início da exploração das águas do Alviela, através do Aqueduto do Alviela que
levava a água até ao reservatório dos Barbadinhos onde
a água era elevada com máquinas a vapor, alimentando Lisboa de água potável.
O aqueduto manteve-se porém em
funcionamento até 1967 através da
colocação de tubagem de metal que transportava água de outras origens (são
visíveis ainda no interior as sapatas de betão onde assentavam), tendo sido
definitivamente desactivado pela Companhia das Águas de Lisboa em 1968.
O aqueduto das Águas Livres tem início
na Mãe d'Água Velha, que recolhia a água da nascente da Água
Livre, em Belas, e termina no Reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras após um percurso de 14 174 metros.
A extensão da rede de captação e adução,
incluindo todos os tributários, foi crescendo até atingir um total de 47 quilómetros, recolhendo água de 58
nascentes, boa parte delas na zona da serra da
Carregueira.
Se ainda se considerarem os 11
quilómetros da rede de distribuição dentro da cidade, o sistema atinge uma
extensão total de 58 quilómetros.
Na primeira fase de funcionamento do
aqueduto, a captação de águas era feita apenas na nascente das Águas Livres e
algumas outras perto do local.
O escoamento recolhido era enviado para
a Mãe d'Água Velha de
onde partia o aqueduto principal. Contudo, devido à crescente necessidade de
água da capital a rede de aquedutos tributários do principal alargou-se
progressivamente.
Esse crescimento verificou-se no aparecimento
de novos aquedutos que ligavam ao principal, aos quais estavam ligados uma
série de outros aquedutos mais pequenos. De entre os aquedutos que alimentaram
o das Águas Livres destacam-se:
Situada em Caneças, a Mãe d'Água Velha recolhia a
água que provinha da nascente das Águas Livres.
É um edifício cilíndrico de 6 metros de
diâmetro no qual era armazenada a água antes de ser lançada para o aqueduto.
A Mãe d'Água Nova apareceu
aquando da expansão da rede de captação de águas do aqueduto principal.
Este servia para armazenar as águas
provenientes do aqueduto do Carneiro com o aqueduto da Quintã.
A partir deste reservatório parte uma
galeria que se junta, 425 m abaixo, ao aqueduto das Águas Livres.
VISITAS AO AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES
Bilhete pago a partir dos 13 anos -
3€
Visitas orientadas, com marcação prévia, no primeiro sábado de cada mês, às 11H00 - 5€
Marcação: 218 100 200
Horário: terça a sábado, das 10h00 às 12h00 e das 13h30 às 17h30
Encerra aos feriados
Entrada junto ao Bairro de Campolide, Calçada da Quintinha, n.º 6
Visitas orientadas, com marcação prévia, no primeiro sábado de cada mês, às 11H00 - 5€
Marcação: 218 100 200
Horário: terça a sábado, das 10h00 às 12h00 e das 13h30 às 17h30
Encerra aos feriados
Entrada junto ao Bairro de Campolide, Calçada da Quintinha, n.º 6
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