ROSSIO MANTÉM LOJAS ÚNICAS NA CIDADE DE LISBOA
No final do século XIX, o Rossio fazia as delícias da burguesia lisboeta que nele se reunia para conversar, tomar café ou chá, comprar ou ler jornais e revistas, fumar, a cigarrilha e o bom charuto, ou simplesmente fazer compras.
Nele se aprumavam lojas que competiam elegância e luxo, ou simplesmente bens essenciais e pequenos prazeres, como o chocolate, os caramelos, delícias tão apreciadas à época.
Em meados
do século XIX, pela mesma altura da conclusão da reconstrução da Igreja de São
Nicolau, o local apresentava já a estrutura, os edifícios e os monumentos que
hoje lhe são característicos, entre eles o Teatro D. Maria II, de Fortunato
Lodi, o empedrado de calçada, colocado a par da arborização da praça, e a
estátua de D. Pedro IV, inaugurada em 1870 , enquadrada em 1889 por duas fontes monumentais.
Em 1879 teve início a demolição do vizinho
Passeio Público, decorrendo o rasgamento da futura Avenida da Liberdade entre
esta data e 1886, seguido pela inauguração da Estação Ferroviária do Rossio, de
José Luís Monteiro, em 1888. Um movimento de renovação urbanística, ligado
ao desenvolvimento económico do país entre a
Regeneração e os últimos anos da Monarquia, de meados do século XIX a 1910, conferiram ao Rossio um renovado estatuto.
O seu protagonismo foi respeitado, se não mesmo acentuado, quando era
um dos locais mais frequentados da cidade, não apenas em função da sua situação axial entre a Avenida da Liberdade e a Rua
Augusta e da oferta comercial e de lazer, mas igualmente por se
constituir como verdadeira ágora da cidade, palco
frequente de manifestações sociais e políticas, nomeadamente durante a implantação do Liberalismo.
A esta condição não foram
alheios os famosos “cafés do Rossio”, espaços públicos emblemáticos
da sociedade moderna, onde se reuniam grupos
de intelectuais, artistas e boémios, agrupados por clientelas específicas, que
formavam as redes sociais estruturantes da época.
Com a viragem do século, os
frequentadores do Rossio mantiveram-se igualmente ilustres.
Nele resistem ao tempo algumas das mais ímpares e icónicas Lojas Tradicionais de Lisboa.
A Tendinha - 1840
A Ginjinha - 1840
Tabacaria Mónaco - 1875
Chapelaria Azevedo - 1886
Pastelaria Suiça - 1922
Pérola do Rossio - 1923
Joalharia Ferreira Marques, Filhos - 1926
Café Nicola - 1929
Camisaria Moderna - 1932
Casa Travassos - 1933
Ourivesaria Portugal - 1942
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