Olá a todos,
 
Hoje fui ao Arquivo Histórico da Torre do Tombo, consultar o Arquivo de Oliveira Salazar …
procuro o documento original que deu nome à Ponte, a Ponte Salazar. O edifício é imponente mas agradável e receptivo.
Lá dentro as instalações são amplas e cómodas …
o ambiente é calmo, daqueles onde só se ouvem sussurros, como se a falar ao ouvido estivéssemos … pois há que respeitar quem decide “gastar” o seu tempo a trazer à luz do dia histórias de outros tempos, e passa horas, dias e meses rebuscando entre caixas, livros manuscritos e tantos outros deliciosos fundos arquivísticos aquilo que quer contar, provar ou retirar da sombra.
 
Os funcionários são muito prestáveis e simpáticos … sorridentes e conhecedores … ao ponto de por vezes parecerem ler as nossas mentes e saberem o que procuramos, mesmo antes de o dizermos.
 
A sala de leitura é generosa e luminosa, tem mais de uma centena de lugares, apetrechados com largas mesas e confortáveis cadeiras, porém … somos pouco mais de uma dúzia de curiosos … estudiosos … que ali decidimos ir passar a manhã em busca de algo que se existir só ali se pode encontrar.
 
Da minha parte, foi razoavelmente fácil encontrar o que queria … ou seja, dirigi-me ao computador, consultei a base de dados onde escrevi Arquivo de Oliveira Salazar, onde me apareceram diversas pastas com diversos assuntos, onde estavam as obras públicas e dentro destas documentação oficial sobre a construção e inauguração da Ponte sobre o Tejo. Tirei a cota … fui para outra sala e esperei ansiosa por duas caixas de “documentação não tratada”, … ou seja … a minha preferida, aquela onde é pouco provável que alguém tenha mexido e então terei certamente novidades para contar.
 
A minha primeira caixa chegou … tem uma capa de papel atada com uma fita castanha eu diz Dezembro de 1960 / Agosto de 1966. Dentro da pasta … cartas manuscritas a tinta permanente e outras dactilografadas … O primeiro documento é uma carta dirigida ao Senhor Ministro das Obras Públicas, datada de 2/12/1960, e refere-se ao pedido da Família do Conde de Sabugosa que «(…) tem várias vezes exposto o seu empenho em que casa ou os jardins não fossem sacrificados à Ponte o que parece ser possível. Vossa Excelência verá o caso com toda a boa vontade.» De seguida um desenho manual feito que toda a perícia onde mostra a localização da casa … fica mesmo em frente à Cª Carris de Ferro e tem como limites, frente, Rua 1.º de Maio, esquerdo, Rua Luís de Camões, tardoz, Rua dos Lusíadas … o pilar da ponte está previsto ficar no seu limite direito. E como o México é já ali … o doc. seguinte é um exemplar da “Revista Mexicana de La Construccion – Organo Oficial de la Camara Nacional de la Industria de la Construcciona»
 
 … Uau … nem acredito, tendo em conta que sabia de antemão que poderia ser um trabalho difícil e moroso, considero-me cheia de sorte encontrei um dos documentos que queria na primeira hora de pesquisa, é uma carta manuscrita, datada de 15/2/1966, onde o assunto é precisamente a ordem de Oliveira Salazar relativamente à designação da Ponte!

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