MUSEU DE ARTE ANTIGA DÁ A CONHECER A HISTÓRIA DO PRESÉPIO PORTUGUÊS



Foi integrada uma nova sala,  dedicada à história do presépio português, na exposição permanente do Museu Nacional de Arte Antiga.




A história é contada cronologicamente através de 25 obras, criadas entre o século XVI e XIX. 
A exposição começa com fragmentos do mais antigo presépio português feito em barro, do Convento de Santa Catarina da Carnota (Alenquer), datado de 1570. 
Uma encomenda da infanta D. Maria, filha do rei D. Manuel, para o presépio do convento”, ao retirar-se para Alenquer devido à peste de 1569.
A partir do século XVII o presépio começa “a individualizar peças” preparando “aquilo que será depois o presépio português, que se vai complexificando”. O número de figuras vai aumentando e, ao longo do século, o presépio vai ganhando cenas de género, que se intensificam na viragem para o século XVIII nas obras de António Ferreira, um dos grandes presepistas portugueses.




Machado de Castro vai seguir-lhe os passos e desenvolver o estilo pastoril. Machado de Castro terá feito muito poucos presépios, conhece-se o  da Basílica da Estrela e o da Sé.
A sua inovação foi dar maior destaque aos reias magos, em detrimento dos pastores como era habitual. ou seja, conferindo-lhes um maior estatuto, uma vez que eram muitas vezes encomendas da família real. 
Os grandes presepistas são os que antecipam Machado de Castro, e a exposição mostra obras de outros nomes da escultura presepista portuguesa como António Ferreira, Silvestre de Faria Lobo, Faustino José Rodrigues e José Joaquim de Barros, conhecido como Barros Laborão.




Outro grande destaque da sala é o presépio do Convento das Salésias (Lisboa), que se apresenta dentro de uma maquineta (armário do século XVIII). Este presépio “une o sentido quase encantatório dos presépios […] ao sentido teológico”. Entre vários pormenores como espelhos e conchas, o presépio mostra diversas cenas, como “a Natividade, a Anunciação e o primeiro sonho de Jacó. Tem este sentido de maravilha, de uma máquina que se abre e nos dá a conhecer, [quase como se fosse] uma caixa de surpresas”, aponta Anísio Franco.
O percurso apresenta Barros Laborão (o grande presepista dos finais do século XVIII e dos presépios barrocos) e o presépio do Paço Patriarcal de São Vicente, que ilustra o trabalho do escultor, de uma enorme qualidade escultórica, compositiva, com o dramatismo e a elegância das figuras. 
A história do presépio em Portugal culmina na Capela das Albertas, marco do barroco nacional que tem reabilitação prevista para breve, e onde será exposto o Presépio dos Marqueses de Belas, terminado na primeira década do século XIX.

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