PONTE 25 de ABRIL vai ser classificada como MONUMENTO NACIONAL
Pelo seu valor:
singular: das mais de duas dezenas de pontes construídas ao longo do rio Tejo, esta é a mais conhecida e representativa de todas, destacando-se igualmente a nível nacional como a única ponte suspensa do País (única ponte pênsil rodoferroviária do País);
urbanístico: ao nível local, tornou-se num elemento estruturante e indispensável no acesso à capital e entre o norte e o sul do País, assim como, um elemento de grande relevância para o planeamento urbanístico das zonas que se desenvolveram nas suas proximidades;
simbólico: sendo reconhecida como um dos símbolos mais sólidos e de grande carga memorial da cidade de Lisboa é-lhe conferido o estatuto de ex-líbris da capital;
artístico/estético: pela conjugação das suas principais características e qualidade estética, constitui-se, enquanto obra de engenharia civil, num estatuto idêntico ao das obras de arte;
de engenharia: detém, ainda, a nível mundial, onde ocupa o terceiro lugar na categoria de pontes de tráfego misto (rodoferroviárias), um lugar de destaque. Aquando da sua inauguração detinha o maior vão da Europa e o 5.º maior em todo o Mundo. Passadas mais de quatro décadas detém o 6.º lugar na Europa e o 19.º no mundo.
A sua execução contou com a cooperação e colaboração de diversas empresas americanas, especialistas na construção de pontes suspensas, e entidades portuguesas, tendo sido efetuada a adjudicação definitiva da obra à empresa líder do Consórcio, a United States Steel International (New York), Inc.
O projecto foi da autoria do Gabinete de Engenharia de Nova Iorque, Steinman, Boynton, Gronquist & London, com intervenção do Gabinete da Ponte sobre o tejo e Laboratório Nacional de Engenharia Civil, tendo sido, ainda, criado para o estudo, lançamento, condução e fiscalização da obra um Departamento do Ministério das Obras Públicas designado como Gabinete da Ponte sobre o Tejo.
É idêntica à Golden Gate Bridge, o mais internacional ícone da cidade de São Francisco, considerada pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis como uma das Sete maravilhas do Mundo Moderno;
histórico: considerada a grande obra de engenharia civil do regime de Salazar, a ponte completa 50 anos no próximo dia 6 de Agosto de 2016.
A ligação das duas margens do rio Tejo na zona de Lisboa foi uma aspiração quase secular, datando de 1876 a primeira apresentação escrita de um projeto para a construção de uma ponte no local.
Entre 1876 e
1966, período que medeia entre a apresentação pública daquele projeto e a
efetiva execução e inauguração da ponte, foram apresentados cerca de uma dúzia
de diferentes projetos para a travessia do rio Tejo na zona de Lisboa.
Os planos
para o melhor aproveitamento da Península de Setúbal proporcionaram o
crescimento demográfico, urbano e industrial desta área, e consequentemente
tornaram cada vez mais imperativa a existência de uma fácil ligação entre as
duas margens, que até então se fazia, morosamente, através de fery boats.
Em resultado
de um estudo, feito em 1953, por proposta de Arantes e Oliveira, ministro das Obras Públicas,
o Governo decidiu incluir no seu projeto para o II Plano de Fomento, aprovado
pela Assembleia Nacional e que passou a constituir a Lei n.º 2094, de 25 de novembro
de 1958, a construção da Ponte sobre o Tejo.
Para o
efeito foi criado o Gabinete da Ponte sobre o Tejo e aberto um concurso
internacional (27 de abril de 1959), ao qual foram apresentadas 4 propostas.
«Depois de
ouvida a comissão (…) presidida pelo engenheiro Duarte Abecassis, presidente do
Conselho Superior de Obras Públicas, o Governo decidiu, em 28 de Maio do mesmo
ano, que a adjudicação provisória da obra fosse feita ao concorrente United States
Steel Export Company na base do anteprojecto apresentado para a ponte
rodoviária, com a condição de ele ser alterado segundo as remodelações dos
técnicos nacionais que faziam parte da referida comissão e de ser estudada a
hipótese de dimensionar os elementos principais da ponte de modo tal que esta,
mais tarde, pudesse adaptar-se para suportar também o trânsito de combóios.
O contrato
para a execução da obra foi assinado em 25 de Fevereiro de 1961, precedido da
minuta aprovada pelo Decreto-Lei n.º 43514, de 23 de Fevereiro de 1961, que
estipulava as respectivas condições.»
O início da
construção deu-se em 5 de novembro de 1962, com um prazo previsto de 51 meses
(5 de fevereiro de 1967).
PRIMEIRA FASE
A ponte, que
foi desde o início projetada como ponte mista rodoferroviária, teve duas fases
de construção. A fase rodoviária terá sido inaugurada em 1966, e a ferroviária
em 1999.
«O projecto definitivo de toda a obra ocupa um conjunto de 100 volumes,
com 10 000 páginas e 350 desenhos básicos.»
Consistiu, este, na construção de uma ponte suspensa sobre o rio, numa
primeira fase rodoviária, mas preparada para numa segunda fase receber a
ferrovia, um grande viaduto sobre a zona de Alcântara, acessos rodoviários na
margem norte e sul, e sinalização e iluminação de toda a obra.
Na 1.ª fase, a ponte rodoviária seria constituída por torres e
ancoragens, cabos de suspensão funiculares da carga, e pendurais para
suportarem a viga de rigidez.
Relativamente ao viaduto sobre Alcântara, a solução inicialmente
apresentada, que consistia numa estrutura metálica, não foi julgada
conveniente, pelo que foi substituída pela construção de um viaduto em betão
armado e pré-esforçado, constituído por uma séria de cantilevers, formando grandes TT ligados por juntas de articulação
especiais.
Um dos aspetos mais interessantes da obra foi a
construção das fundações das duas torres, de aço carbono do tipo ASTM-A 36, com
duas grandes selas de aço fundido, no topo, que suportam os dois cabos
principais de suspensão. Principalmente a torre sul, que teve de ser implantada
em pleno rio, assente numa fundação em betão armado encastrado na rocha
basáltica, 82,5 m abaixo do nível da preia-mar de águas vivas.
Para a sua construção, onde foi empregue o método do
caixão aberto, foi necessário atravessar uma camada de água com 32,5 m de
altura, uma camada de lodo com a espessura de 30 m e, finalmente, uma camada de
20 m de areias e pedras soltas.
Os acessos imediatos à ponte são constituídos por um complexo de
autoestradas com cinco nós de ligação, que asseguram o enlace com as estradas
nacionais e municipais. Muito embora na primeira fase da construção a obra se
cingisse à parte rodoviária, foi construído em simultâneo o primeiro trecho do
túnel sob a praça da portagem, que mais tarde recebeu na margem sul a linha
ferroviária, de modo a abreviar os futuros constrangimentos da sua adaptação.
Este primeiro passo para a construção da linha ferroviária do acesso sul
foi uma obra de vulto, uma vez que comportou a edificação de um túnel com 600 m
de extensão e perfil suficiente para possibilitar uma via dupla eletrificada.
O comprimento total da ponte e do viaduto é de 3222,75
m, constituindo o complexo dos acessos rodoviários uma autoestrada, com os
respetivos ramos e acessos, cuja extensão nas duas margens é de 22 km. As duas
torres atingem 190 m de altura e o tabuleiro encontra-se 70 m acima do nível da
água, de modo a permitir a passagem, sem restrições, de navios de grande porte.
Pela complexidade da obra foi necessária a recolha de um elevado número
de elementos, que envolveram investigação nas mais diversas áreas, tais como
sondagens, estudos aerodinâmicos, sismicidade, etc.
« (…) o método de cálculo que os técnicos portugueses seguiram neste
período, (…) foi também o adoptado pelos
autores do projecto, a firma Steinman, Boynton, Gronquist and London.
Todo o cálculo analítico efectuado em Portugal foi verificado com o
auxílio de modelos reduzidos, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, em
estreita colaboração com o Gabinete da Ponte sobre o Tejo (…) .»
Após o início da construção da ponte, o LNEC, através da Divisão de
Observação de Obras, iniciou os estudos relativos à observação da mesma,
constituindo-se objetivo fundamental o estudo do comportamento real da
estrutura sob a ação dos diferentes tipos de solicitação, tendo-se em vista a
determinação das suas efetivas condições de segurança. Para o efeito foi
necessário projetar e executar a maioria do equipamento de medida.
Houve, igualmente, uma preocupação de ordem estética, no enquadramento
da ponte entre Lisboa e o estuário do Tejo. Foram realizados, através da
fotomontagem, estudos tendo em vista a escolha da côr e do tom a aplicar,
permitindo que a ponte, pela sua própria expressão e grandeza, viesse a constituir-se num elemento de
valorização do meio envolvente.
Pelo grau de dificuldade e exigência, assim como pelo elevado número de
pessoas envolvidas, que chegou a ser de 3000, nesta obra de grandes dimensões
foi necessário elaborar um plano de normas de segurança. Para o efeito, para
além dos dispositivos de proteção e resguardos nos locais mais perigosos, foi
preparado um manual com regras a respeitar nas mais diversas tarefas.
«Pela sua grandeza, dificuldades e características, a
construção da ponte foi motivo de grande interesse para nacionais e
estrangeiros, traduzido em elevado número de visitas e em frequentes pedidos de
elementos de informação para a imprensa, técnica e não técnica, e para a rádio
e a televisão, tanto do País como do exterior. (…)
O número total de pessoas que visitaram o Gabinete da
Ponte sobre o Tejo e as obras, desde o início destas até Julho de 1966, foi de
20.000, sendo 15.000 portugueses e 5.000 de outras nacionalidades.»
SEGUNDA FASE
Mais de três
décadas depois iniciou-se a segunda fase do projeto, uma obra de grande complexidade
técnica, com a preocupação de interromper o mínimo possível o intenso tráfego
rodoviário da ponte.
Os estudos
foram lançados pela JAE e coordenados pelo Gabinete de Gestão das Obras de
Instalação do caminho-de-ferro na Ponte sobre o Tejo (GECAF). O projecto global
foi, mais uma vez, da responsabilidade da empresa americana Steinman, Boynton,
Gronquist & Birdsal, e os trabalhos adjudicados a um consórcio
internacional liderado pela empresa alemã DSD _ Dillinger Stahlbau GmbH, em que
participaram algumas empresas portuguesas.
Nesta 2.ª fase, para além da preparação da estrutura de modo a receber a
instalação do caminho-de-ferro, com via dupla e respectivas catenárias,
procedeu-se à beneficiação geral de toda a estrutura, com o alargamento do
tabuleiro rodoviário para seis faixas de circulação.
Para o efeito, foi necessário proceder ao reforço da suspensão,
conseguido por uma estrutura adicional composta por dois cabos contínuos
secundários, vários estais ou cabos inclinados e uma viga a trabalhar à
compressão, assente dentro da viga de rigidez e com movimento longitudinal
livre em relação a esta, à qual ficaria ligada por meio de bielas que apenas
transmitem esforços verticais.
«Outra obra complementar foi a instalação do tabuleiro ferroviário de
acesso à margem Norte, debaixo do viaduto de Alcântara, projecto da autoria do
Eng. António Reis. Foi escolhida uma estrutura mista de aço e betão, e a
via-férrea foi balastrada, de modo a reduzir o nível de ruído e vibração.»
Nesta parte ferroviária da ponte, podem circular, em simultâneo, duas
unidades quádruplas acopladas ou um comboio ligeiro com locomotiva e
carruagens, sendo admissível como carga máxima global valores entre os 1 400 e
1 500 t e 60 km/h de velocidade.
O NOME DA PONTE
Não tendo qualquer
repercussão no dia-a-dia dos seus utilizadores, a denominação da ponte foi,
desde sempre, bastante controversa.
Apesar de à
data da sua construção haver já 9 pontes construídas sobre o rio Tejo, a ponte
construída no seu estuário, junto à cidade de Lisboa, foi recorrentemente
denominada de Ponte sobre o Tejo.
Inclusivamente,
na altura da sua construção, para conduzir todo o processo e supervisionar a
obra, foi criado o Gabinete da Ponte
sobre o Tejo, diretamente dependente do Ministro das Obras Públicas. Porém,
aquando da sua inauguração a mesma foi solenemente batizada de Ponte Salazar.
Pela pesquisa
feita, nos Arquivo de Salazar da Torre do Tombo, nos Diários de Governo, jornais da época e nas poucas obras editadas verifiquei
que até à altura da sua inauguração, a ponte é denominada de Ponte sobre o
Tejo.
Por altura
da sua inauguração, emerge pela primeira vez o nome de Ponte Salazar, que se
encontra justificado em carta dirigida pelo Ministro das Obras Públicas,
Arantes e Oliveira, ao Presidente do Conselho de Ministros, Oliveira Salazar.
Nesta carta,
datada de 16.02.1966, que faz parte integral deste processo, é possível ler-se:
«Cumpre-me
acatar as indicações que Vossa Excelência se digna dar-me quanto à designação
da Ponte. Sinto-me, porém, muito embaraçado para o fazer pois já desde 1961 que
a Nação sabe o propósito do Ministro das Obras Públicas, anunciando em termos
claros no pequeno discurso que proferiu na cerimónia da assinatura do contrato.
Permito-me enviar juntamente os recortes de dois jornais dessa época, que
servem para exemplificar como foi acolhido este propósito e como é difícil
agora mudar de orientação. Não será de considerar o facto como consumado desde
então? Muitas, senão todas, o terão considerado assim. De há muito que a
Televisão, cuja popularidade é reconhecida, não se refere à Ponte sem lhe
juntar o nome de Vossa Excelência. (…) Atrevo-me a sugerir que se não inscreva
o nome da Ponte na moeda e no selo, mas que não vá mais longe a proibição de
Vossa Excelência de mantermos a designação já consagrada.»
Não
constando do processo qualquer documento correspondente à resposta de Oliveira
Salazar a esta carta, e apesar de toda a atenção que este processo lhe possa
ter merecido, é de prever que Oliveira Salazar tenha acedido ao solicitado pelo
seu ministro Arantes e Oliveira, uma vez que a ponte foi solenemente inaugurada
no dia 6 de agosto de 1966, pelo Presidente da República, Américo Tomás, sob a
bênção do Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Gonçalves Cerejeira, e a
presença do Presidente do Conselho de Ministros, Oliveira Salazar, acompanhado
de todos os membros do Governo, os presidentes da Assembleia Nacional, da
Câmara Corporativa e do Supremo Tribunal de Justiça, como Ponte Salazar.
Estiveram
ainda presentes membros do corpo diplomático, altas individualidades civis e
militares, os técnicos e operários que realizaram a obra e uma grande multidão,
de todos os quadrantes sociais, representativa do povo português.
Do programa,
bastante extensivo, de inauguração da ponte, constam diversos discursos
proferidos pelas entidades competentes, a atuação de um coro de vozes a entoar
o Hino Nacional, o lançamento de mil pombos-correio, rebentamento de foguetes,
uma salva da bateria de artilharia terrestre, um coro de sereias de barcos no rio
Tejo, uma esquadrilha de aviões a sobrevoar a ponte, entre outras pomposas
festividades.
Foram,
ainda, lançadas peças de coleção alusivas ao acontecimento, nomeadamente o
lançamento de uma moeda de prata e de edições de selos dos CTT.
Segundo
Franco Nogueira, autor da biografia do chefe de governo, Salazar foi sempre
contra o facto de ser atribuído o seu nome à referida ponte alegando o
seguinte: «O meu nome ainda há-de ser retirado e por causa do que agora se fez,
os senhores vão ter problemas». E acrescentou ainda: «Os nomes de políticos –
(…) só devem ser dados a monumentos e obras públicas cem ou duzentos anos
depois da sua morte. (…) se se trata de figuras políticas como é o meu caso,
(…) e se ao fim de cem ou duzentos anos ainda houver na memória dos homens
algum traço do seu nome ou da sua obra, então é justo que se lhe preste tal
homenagem».
Relativamente
a este assunto, Salazar terá interpelado o ministro Arantes e Oliveira para ter
em atenção as suas palavras e, ao invés de mandar soldar as letras à estrutura
da ponte, mandar simplesmente aparafusá-las de modo a serem facilmente
removidas.
Segundo as
notícias e imagens do jornal A Capital,
do dia 28 de abril de 1974, «Um grupo que acaba de nascer espontaneamente sob a
designação de 1.º Comité de Acção Popular manifestou-se ontem à noite junto das
lápides comemorativas da inauguração da ponte sobre o Tejo, inscrevendo nelas o
título que pretende dar àquele empreendimento – Ponte 25 de Abril – e
arrancando algumas das letras em bronze.
Numa
reportagem da RTP Notícias, o responsável pelo «aggiornamento toponímico» o coronel Varela Gomes, «figura destacada
da resistência antifascista, recorda (…) «o insulto que era, para quem passava
em Alcântara, a visão daquele nome». (…) logo a seguir ao 28 de Setembro, o
novo presidente chamou Varela Gomes e encarregou-o de organizar uma comemoração
condigna da implantação da República. (…)
Organizou, por um lado, uma sessão pública
para a qual convidou Salgado Zenha e na qual lhe cedeu a primazia como orador
principal. E organizou, junto com uma equipa de operários da Sorefame, a
substituição das letras de ferro insultuosas por outras que diziam “Ponte 25 de
Abril”.
Depois, foi
chamado à pedra nomeadamente pelo presidente, e até pelo primeiro ministro, por
essa comemoração condigna do 5 de Outubro. Censuravam-lhe uma alegada
“usurpação de funções”, por ter rebaptizado mediante a acção directa aquilo que
devia ter corrido por canais institucionais. Mas os canais institucionais só
tinham, até aí, eternizado o problema. E o que estava feito, estava feito.
Ironicamente, a acção directa revolucionária não cometera qualquer ilegalidade ao retirar as letras de ferro, porque o nome legal da ponte nunca fora "Ponte Salazar" e sim, até aí, "Ponte sobre o Tejo". Hoje, 48 anos depois de inaugurada a Ponte, esta ostentou durante oito anos, ilegalmente, o nome do ditador; e completou agora 40 anos com a nova designação, entretanto legalizada há muito.»
Ironicamente, a acção directa revolucionária não cometera qualquer ilegalidade ao retirar as letras de ferro, porque o nome legal da ponte nunca fora "Ponte Salazar" e sim, até aí, "Ponte sobre o Tejo". Hoje, 48 anos depois de inaugurada a Ponte, esta ostentou durante oito anos, ilegalmente, o nome do ditador; e completou agora 40 anos com a nova designação, entretanto legalizada há muito.»
Sobre a
designação da ponte, constam do processo diversas cópias de documentos
oficiais, entre Diários de Governo, Anais da Câmara Municipal de Lisboa, edições
da Revista Municipal, onde, após a
sua inauguração, a ponte mantém uma dupla identidade, sendo por vezes
denominada de Ponte sobre o Tejo e outras vezes de Ponte Salazar.
Atualmente, a ponte é predominantemente conhecida como Ponte 25 de Abril, dando como exemplo a
pesquisa feita, via internet, em páginas oficiais de entidades credenciadas
tais como Estradas de Portugal, Lusoponte, Câmara Municipal de Lisboa, Turismo
de Lisboa, SIPA – monumentos.pt, etc.
O mesmo
acontece caso a pesquisa seja feita aleatoriamente, escrevendo simplesmente
ponte em Lisboa, surgindo diversos sítios com informações sobre a Ponte 25 de
Abril, nomeadamente a Wikipédia, sitíos turísticos como Visitar Lisboa, Guia da
Cidade, existindo, inclusivamente, um sítio designado www.ponte25abril.com.
A SIMBOLOGIA DA PONTE
Durante o
discurso de inauguração, em 6 de agosto de 1966, proferido por Roger Blough, da
United States Steel, a Ponte sobre o Tejo era apontada como um símbolo, senão “o
símbolo” da cidade de Lisboa.
Segundo a página das Estradas de Portugal, a Ponte 25
de Abril foi, no tempo da sua construção, a maior da Europa, considerando a
distância entre ancoragens, e a maior fora dos Estados Unidos da América. Aquando da
sua inauguração detinha o maior vão da Europa e o 5.º maior em todo o Mundo.
Passadas mais de quatro décadas, detém o 6.º lugar na Europa e o 19.º no Mundo.
Na década de
80 a ponte serve, pela primeira vez, de palco a evento desportivo, cultural e
social de projeção internacional – a primeira Meia Maratona de Lisboa, evento esse que na
década de 90, mereceu destaque nacional com os triunfos de Rosa Mota e de António
Pinto, e internacional, no ano de 2010, com o recorde mundial estabelecido por
Zerzenay Tadese e a distinção da prova com o grau de ouro, colocando o evento e
a ponte na mira dos jornais e televisões do país e do estrangeiro.
No corrente
ano, foi a vez do Instagram, uma conhecida rede social, com cerca de 150
milhões de utilizadores, organizar, sob pretexto de unir as cidades de São
Francisco e Lisboa, tendo por base as suas pontes “gémeas”, um evento social e
cultural ímpar – o TwinBridgesmeet. Com o apoio logístico da Câmara Municipal de
Lisboa, a capital portuguesa recebeu utilizadores da rede de partilha de
fotografias provenientes dos vários cantos do mundo, com o intuito de
fotografar e partilhar imagens da Ponte 25 de Abril, ao mesmo tempo que, nos EUA, o Instagram reuniria alguns dos membros mais
influentes da comunidade americana para fotografar a Golden Gate, em São
Francisco.
Comentários
Enviar um comentário